Relations between the ocular surface and SARS-CoV-2 / Relações entre superfície ocular e SARS-CoV-2

ABSTRACT Introduction: The SARS-CoV-2 pandemic has been a major challenge for the international scientific community. Since its inception, studies aiming to describe pathophysiological aspects and clinical manifestations of the disease have been conducted, raising hypotheses and confirming possible associations. One aspect of this scientific medical production is the role of the ocular surface as a means of transmission and clinical presentation of viral syndrome. Objectives: To analyze the role of the ocular surface in transmission, pathophysiology, and clinical manifestations of SARS-CoV-2, by means of a systematic review. Methods: The search was carried out in three databases: Cochrane, PubMed Central Journals and MEDLINE, using the following descriptors: "COVID-19, ophthalmology". The filters last five years and studies on humans resulted in 32 studies; in that 12 were excluded for not meeting the purpose of the study. Results: There are still few published studies on the relation between SARS-CoV-2 and the ocular route. Most studies showed an association between the presence of nonspecific ocular manifestations and infection by the new coronavirus, with limitations in the number of patients analyzed and the methodology adopted. Hypotheses about the pathophysiological role are largely anchored in the association of SARS-CoV and the ocular surface evaluated in the past. Comments: The results found are still not sufficient to confirm the role of the ocular surface in the pathophysiology of the disease. Most of these preliminary studies are of considerable importance in raising hypotheses based on the medical analysis of the patients studied. However, larger studies with standardized methodology for diagnostic protocol and laboratory analysis of the individuals assessed are required.

RESUMO Introdução: A pandemia da SARS-CoV-2 tem sido um grande desafio para a comunidade científica internacional. Desde seu surgimento, estudos com a intenção de descrever os aspectos fisiopatológicos e as manifestações clínicas da doença vêm sendo conduzidos, levantando hipóteses e confirmando possíveis associações. Um dos temas dessa produção médica científica é o papel da superfície ocular como meio de transmissão e apresentação clínica da síndrome viral. Objetivo: Analisar o papel da superfície ocular na transmissão, na fisiopatologia e nas manifestações clínicas de SARS-CoV-2, através de uma revisão sistemática. Realizou-se a busca em três bancos de dados Cochrane Database, PubMed® e MEDLINE®, utilizando os descritores "COVID-19 e ophthalmology". Foram definidos como filtros o artigo ter sido publicado nos últimos 5 anos e estudo realizado em humanos, tendo sido encontrados 32 artigos. Destes, foram excluídos 12 por não corresponderem ao objetivo do estudo. Resultados: Ainda são poucos os estudos publicados sobre a relação entre o coronavírus 2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) e a via ocular. A maioria dos estudos mostrou associação entre a presença de manifestações oculares inespecíficas e a infecção pelo novo coronavírus, com limitações no número de pacientes analisados e na metodologia adotada. Hipóteses sobre o papel fisiopatológico se ancoram, em grande parte, na associação estudada entre o SARS-CoV-2 e a superfície ocular no passado. Comentários: Os resultados encontrados ainda não são suficientes para confirmar o papel da superfície ocular na fisiopatologia da doença. Grande parte desses estudos preliminares têm importância considerável ao levantar hipóteses baseadas na análise clínica dos pacientes estudados. No entanto, são necessários estudos maiores e com metodologia padronizada para protocolo diagnóstico e análise laboratorial dos indivíduos avaliados.

Research progress on etiologic diagnosis of ocular viral diseases / 浙江大学学报·医学版

A large number of viruses have been found to be associated with ocular diseases, including human adenovirus, human herpesvirus (HHV), human T lymphotropic virus type-1 (HTLV-1), and newly emerging severe acute respiratory syndrome coronavirus 2 (SARS-CoV-2). This group of diseases is prone to be misdiagnosed or missed diagnosis, resulting in serious tissue and visual damage. Etiological diagnosis is a powerful auxiliary mean to diagnose the ocular diseases associated with human adenovirus, herpes simplex virus 1 and varicella-zoster virus, and it provides the leading diagnosis evidence of infections with herpes simplex virus 2, Epstein-Barr virus, cytomegalovirus, HHV-6/7, HHV-8, HTLV-1 and SARS-CoV-2. Virus isolation, immunoassay and genetic diagnosis are usually used for etiologic diagnosis. For genetic diagnosis, the PCR technique is the most important approach because of its advantages of rapid detection, convenient operation, high sensitivity and high specificity.

Correlation between cephalic circumference at birth and ocular alterations in patients with microcephaly potentially associated with Zika Virus infection

SUMMARY INTRODUCTION: The Zika virus (ZIKV) is an arbovirus isolated for the first time in 1947 and transmitted to humans by the Aedes aegypti mosquito. In Brasil, it was first detected in May 2015. Since then, ZIKV has been identified as the etiological agent of acute exanthematous disease in Brasil, and Neuropediatricians of the Recife warned about an epidemic of microcephaly, and the Brazilian Ministry of Health confirmed the association between ZIKV and Congenital malformations and neurological syndromes. The eye, as an extension of the developing brain, has been examined in patients with microcephaly and maternal history of ZIKV infection. METHODS: Twenty newborn patients with microcephaly, whose mothers had presumed Zika virus during pregnancy, were analyzed through medical records. The nonparametric chi-square statistic was used to verify the association between head circumference and ocular alteration at a significance level of 0.0001. RESULTS: The significance of P = 0.000 in the value of non-parametric chi-square statistics was lower than the value of α = 0.0001, demonstrating that, at a level of 0.0001, there is an association between head circumference and ocular alteration. CONCLUSION: Although the knowledge of the natural evolution of the disease is still scarce, the current evidence is strong enough to establish a causal relationship between ZIKV infection during pregnancy and the increased incidence of the microcephaly and serious eye alterations that lead to the severe lower vision of these children.

RESUMO: INTRODUÇÃO: O vírus Zika (ZIKV) é um arbovírus isolado pela primeira vez no ano de 1947, sendo transmitido para o homem pelo mosquito Aedes aegypti. No Brasil foi detectado pela primeira vez em maio de 2015. Desde então, ZIKV foi identificado como o agente etiológico da doença exantemática aguda no Brasil, e neuropediatras do Recife deram o sinal de alerta sobre uma epidemia de microcefalia, tendo o Ministério da Saúde do Brasil confirmado a associação entre ZIKV e malformações congênitas e síndromes neurológicas. O olho, sendo uma extensão do cérebro em desenvolvimento, tem sido examinado em pacientes com microcefalia e história materna de infecção por ZIKV. MÉTODO: Foram analisados, por meio de prontuário médico, 20 pacientes recém-nascidos, portadores de microcefalia, cujas mães tiveram presumidamente Zika vírus durante a gestação. A estatística não paramétrica Qui-Quadrado foi utilizada para verificar a associação entre perímetro cefálico e alteração ocular, no nível de significância de 0,0001. RESULTADOS: A significância de P=0,000 no valor da estatística não paramétrica de Qui-Quadrado foi menor do que o valor de α = 0,0001, demonstrando que podemos afirmar que, em um nível de 0,0001, há uma associação entre o perímetro cefálico e a alteração ocular. CONCLUSÃO: Apesar de ainda serem escassos os conhecimentos sobre a evolução natural da doença, as evidências atuais são fortes o suficiente para estabelecermos a relação causal entre a infecção pelo ZIKV durante a gravidez e o aumento da frequência da microcefalia e alterações oculares graves que levam à baixa severa da visão dessas crianças.

Ophthalmic manifestations of HIV in the highly active antiretroviral therapy era / Manifestaciones oftálmicas del VIH en la era de la terapia antiretroviral altamente activa

HIV-related eye disease can be classified as retinal HIV microangiopathy, opportunistic infections, neuro-ophthalmic manifestations and unusual malignancies. There is a 52-100% lifetime accumulative risk of HIV patients developing eye problems. Seventy-seven per cent of patients with ocular manifestations of HIV had CD4 counts < 200 cells/µL. Cytomegalovirus (CMV) is the most prevalent opportunistic infection, however, Africa has a low incidence of this, and more commonly squamous cell carcinoma, compared to the western hemisphere. Due to highly active antiretroviral therapy (HAART), the anti-CMV therapy may be discontinued if the CD4+ T cell count is > 100 cells/µL for a minimum of three months. Despite HAART, patients with a CD4 count < 50 cells/µL have a similar risk of developing CMV retinitis as compared to the pre-HAART era. Opportunistic infections include CMV, herpetic retinopathy (progressive outer retinal necrosis - PORN), less commonly toxoplasmosis, pneumocystis and cryptococcus. Malignancies associated with HIV include Kaposi's sarcoma and conjunctival squamous cell carcinoma. Cranial nerve palsies, optic disc swelling and atrophy are characteristic neuro-ophthalmic features. They usually occur secondary to meningitis/encephalitis (from cryptococcus and tuberculosis). With the advent of HAART, new complications have developed in CMV retinitis: immune recovery uveitis (IRU) and cystoid macula oedema (CMO). Immune recovery uveitis occurs in 71% of patients if HAART is started before the induction of the anti-CMV treatment. However, this is reduced to 31% if HAART is started after the induction treatment. Molluscum contagiosum and Kaposi's sarcoma can spontaneously resolve on HAART. Highly active anti-retroviral therapy has reduced the frequencies of opportunistic infections and improved the remission duration in HIV patients.

Las enfermedades oculares relacionadas con el VIH pueden clasificarse como microangiopatía retiniana por VIH, infecciones oportunistas, manifestaciones neuro-oftálmicas, y tumores inusuales. Hay un riesgo acumulativo de por vida de 52-100% de que los pacientes con VIH desarrollen problemas oculares. Setenta y siete por ciento de los pacientes con manifestaciones oculares por VIH tenían conteos de CD4 < 200 células/µL. El citomegalovirus (CMV) es la infección oportunista más frecuente. Sin embargo, África tiene una baja incidencia de CVM, siendo en cambio más común el carcinoma de células escamosas, en comparación con el hemisferio occidental. Debido a la terapia antiretroviral altamente activa (TAAA), la terapia anti-CMV puede suspenderse si el conteo de células CD4+ T es > 100 células/µL por un mínimo de tres meses. A pesar de la terapia TAAA, los pacientes con un conteo de CD4 < 50 células/µL tienen un riesgo similar de desarrollar retinitis por CMV en comparación con la era pre-TAAA. Las infecciones oportunistas incluyen CMV, retinopatía herpética (necrosis retiniana progresiva externa - PORN), y menos comúnmente toxoplasmosis, pneumocistosis, y cryptococcus. Los tumores malignos asociados con el VIH incluyen el sarcoma de Kaposi y el carcinoma de células escamosas de conjuntiva. La parálisis del nervio craneal, la inflamación del disco óptico, así como la atrofia, son características neuro-oftálmicas típicas. Generalmente se presentan de forma secundaria en los casos de meningitis, encefalitis (cryptococcus y tuberculosis). Con el advenimiento de TAAA, se han desarrollado nuevas complicaciones de la retinitis por CMV, a saber, la uveitis por recuperación inmunológica (IRU por su sigla en inglés) y el edema macular cistoide (EMC). La uveitis por recuperación inmunológica ocurre en 71% de los pacientes si la terapia TAAA se comienza antes de la inducción del tratamiento anti-CMV. Sin embargo, esta cantidad se reduce a un 31% si TAAA se inicia después del tratamiento de inducción. El molusco contagioso y el sarcoma de Kaposi pueden desaparecer espontáneamente con el TAAA. La terapia anti-retroviral altamente activa ha reducido las frecuencias de las infecciones oportunistas, y mejorado la duración de la remisión en pacientes con VIH.